Nova Web "O Melhor pra mim"
Classificação:16 anos..Avisos: Nudes, Álcool e Palavrões.
Escrito por:Hugo,então todos os créditos são dele
Segunda-feira,
dia 2 de Novembro, 10:57, intervalo do Elite Way.
Guys:
-
Jennifer? – Micael perguntou, colocando metade do cachorro-quente na boca.
Continuou, com a maionese escapando por entre seus dentes. – Ela é gostosa e
não é nada parecida com uma Miss Inteligência. Ontem na aula de geografia ela
disse que o Canadá ficava na África do Sul e que os Judeus eram uma raça de
chipanzés extinta. Cai fácil na sua conversa.
- Não…
– suspirei, cansado de tentar achar a garota certa. Porque a garota certa para
o que eu precisava parecia não existir. Ou talvez existisse, mas em algum
universo paralelo onde macacos fossem os seres superiores e os humanos não
passassem de meros escravos.
Espera
aí. Isso é um filme, não é?
-
Joanne? – Pedro sugeriu, apontando com a cabeça para a morena, que jogava vôlei
na quadra com as amigas. – Ela sabe jogar vôlei.
- E o
que diabos isso tem a ver com o que eu estou procurando, Pedro? – perguntei,
curioso.
- Sei
lá, eu só queria parecer participativo… – ele respondeu, dando de ombros.
- Não…
Eu preciso de alguém que ninguém conheça! Alguém que seja boa em convencer as
pessoas… Alguém como…
- Lua
Blanco? – Chay perguntou, distraído, olhando meio vesgo para o horizonte. Segui
seu olhar, e percebi que ele observava uma garota esquisita; ela andava olhando
para baixo, com uns cinco livros enfiados embaixo do braço, e o cabelo preso em
um rabo de cavalo alto, com fios soltos por toda a volta da cabeça. Ela parecia
meio alheia ao resto do mundo, o que era um pouco engraçado.
- Lua
Blanco? – Pedro perguntou, estranhando. Eu sabia que ele tinha estranhado a
sugestão, porque sua sobrancelha quase tocou o começo da testa. Era uma coisa
bizarra de ser ver, mas com o tempo você se acostumava. – O que Lua Blanco
poderia fazer por nós? Pelo Thur, na verdade… Ela é só uma punk esquisita!
Olhei
direito para ela. Usava um blusão masculino da Hurley preto por cima da camisa
branca do uniforme e a calça de moletom azul escura com um “M” vermelho
estampado. A calça era um pouco larga demais pro padrão
tô-usando-apertado-assim-porque-quero-que-você-olhe-pra-minha-bunda das alunas,
o que era uma combinação engraçada para uma garota. Principalmente uma garota
do Elite Way. Seu cabelo caía nos olhos e ela andava apressada, com passos
firmes, enterrando suas Vans preto Old School na terra. A música alta do
fone em seu ouvido podia ser escutada à metros de distância por um velho surdo,
e não foi difícil reconhecer o som das duas únicas notas de “I Wanna Be
Sedated”. Sua mochila preta estampada com arames farpados batia em suas costas,
e os vários bottons e chaveiros brilhavam à luz solar.
- É,
Chay, no que ela pode me ajudar? – perguntei, interessado, me ajeitando no
banco de concreto.
Como se
isso fosse possível.
- Líder
do Grêmio Estudantil, capitã do time de Handball, está sempre nas listas de
melhor aluna da sua sala, ano e escola. – ele foi listando, como sempre fazia.
Chay era filho único e mimadinho, então como bom organizadinho e veadinho que
era sua maior diversão eram prestar atenção nos outros e fazer listas. E,
claro, tocar com a gente na Phoenix. Mas, mesmo sendo mimado, era um cara
legal. E pegava mais garotas que eu, Pedro e Micael juntos. – Além do mais,
você viu a cara dela? Ela dá medo… Se ela não convencer com palavras, convence
com um rosnado.
Olhei
de novo para onde ela estava havia cinco segundos mas ela não estava mais lá.
- Algum
de vocês a conhece? – perguntei, me levantando.
- Não.
– eles disseram em uníssono.
- Vocês
não prestam pra nada, eim!? – disse, virando os olhos. Andei decidido até a
estradinha de terra que dava ao outro pátio – o pátio dos nerds, losers e afins
– quando Micael me chamou de volta.
- Você
não vale nada mas eu gosto de você. – gritou, piscando o olho direito pra mim e
mordendo o lábio inferior de um jeito provocativo. Pelo menos essa era a
intenção, porque pra mim pareceu um porco babando no próprio beiço.
-
Aaaah, tá cantando música de mulherzinha, tá? Tá piscando que nem mulherzinha,
tá? – perguntei, fazendo todos rirem. Joguei o resto da minha esfiha de carne
em Micael, que jogou o papel do seu cachorro quente em Chay, que jogou o celular
– falei que ele era rico e mimado – em Pedro, que jogou a primeira coisa que
viu na frente em mim. E a primeira coisa que estava na sua frente era Micael.
Era
fácil planejar alguma coisa com eles por perto. Porque, no final das contas, eu
não planejava porra nenhuma…
Mas eu
precisava mesmo da ajuda de alguém, e, de algum jeito, aquela garota chamou
minha atenção… Qual era mesmo o nome dela? Kelly? Amanda? Mary? Ah, sim, Lua!
Ela era uma daquelas garotas que só de olhar você sabe, você percebe, que ela
convence qualquer um. E era de uma pessoa assim que eu estava precisando.
Então, consequentemente, eu precisava dela, senão adeus Phoenix, adeus escola
pública adeus guys e adeus sonhos de uma noite de verão.
E, se para
não perder tudo o que eu mais gostava no mundo teria que chavecar uma nerd
punk, eu o faria.
Comentem *--* Adoro comentarios...
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