
9° Capitulo
Terça-feira,
dia 3 de Novembro, 10:43, intervalo do Elite Way.
Guys:
-
Clara? Clara Blanco? – Chay deixou parte de o seu cachorro quente prensado cair
no chão. –Arthur, estamos feitos! Era disso mesmo que nós precisávamos! Clara é
a produtora mais quente do Brasil!
Olhei
para Pedro e Micael, que também não entendiam nada.
- Deixa
eu ver se eu entendi. – Pedro coçou a nuca, como fazia quando tentava
raciocinar. – A mãe de Lua é uma produtora de eventos gostosa?
- Não,
seu imbecil! – Chay deu um tapa em sua testa. – Clara Blanco é uma das melhores
produtoras musicais do país. Ela tem todos os contatos e faz um excelente
trabalho!
- E ela
é a mãe de Lua? – perguntei.
- Que
eu saiba Clara não tem filhos… Ela deve ser a madrasta de Lua.
Revirei
o chaveiro em meus dedos e olhei para os meninos.
Agora
que sabia daquilo, precisava tomar uma decisão já tomada.
É, pra infelicidade das minhas bolas, teria que tentar de novo
10° Caítulo
Lua:
Eu
suava em bicas. Meu short agarradinho estava quase entrando em meu corpo por
osmose. Minha camiseta branca, largona, estilo
estou-grávida-e-ninguém-pode-saber, estava transparente de suor. Minhas pernas
queimavam e meus pulmões trabalhavam em dobro.
Cara,
aquilo era bom.
Um dos
meus maiores vícios era correr. Eu corria todos os dias no mesmo lugar – no
parque Cloverfield, o mais tranqüilo da cidade e do lado da minha casa – e no
mesmo horário – às 19h. Na terça-feira eu só corria uma hora, e já havia ultrapassado
17 minutos, então resolvi parar quando percebi que meus músculos não queriam
mais me obedecer.
-
Chega. – ofeguei comigo mesma. Joguei-me no banco onde havia deixado minha
mochila da Nike e tomei um longo gole de água da minha garrafinha. Tirei os
fones de ouvido porque estavam machucando minha orelha e fechei os olhos,
sentindo a brisa esfriar meu rosto e corpo.
Tudo
estava quieto.
Paz.
-
Finalmente! – abri os olhos assustada, dando de cara com ninguém mais ninguém
menos que Arthur Aguiar. – Você sabia que existem 5 parques Cloverfield nessa
cidade? Tive que rodar vários quilômetros e gastar mais de 50 libras em táxi
pra te encontrar!
Inferno.
- Você
tá me seguindo? – perguntei, procurando algo para fazer sem que precisasse
olhar para sua cara. Por dois motivos: 1 - Eu não gostava dele. 2 - Ele era
muito bonito. Afinal, eu tinha 17 anos e nenhum controle sobre os meus
hormônios. Então coloquei minhas pernas em cima do banco e comecei a desamarrar
e amarrar meus cadarços.
-
Tecnicamente eu somente forcei esse encontro, o que não seria exatamente
“seguir”. – ele disse, sentando-se ao meu lado, pegando minha garrafa de água e
tomando um gole. – Seguir você seria mais algo como o que você fez hoje de
manhã.
Virei
meus olhos. Será que ele pensava que o mundo girava em torno do seu próprio
umbigo?
- Eu
não segui você. – me defendi. – Eu estava procurando meu isqueiro que deixei
cair ontem no meio dos arbustos e ouvi você estilizando sua irmã. Ótimo olho
para roupas, aliás.
- Você
fuma? – ele perguntou, ignorando minha língua venenosa.
- Sim…
– admiti, porque eu sabia que era um péssimo hábito.
- E
como consegue correr como eu te vi correr agora mesmo? – voltou a perguntar.
Aquela
era uma ótima pergunta.
-
Prática. – respondi, dando de ombros. – Vai me dizer ou não por que estava me
seguindo? Eu ainda preciso voltar pra casa, tomar banho, jantar e terminar o
trabalho de psicologia.
- Eu
não te segui! – ele exclamou, ofendido. Soltei uma risadinha, achando graça na
sua indignação, mas logo fiquei séria. Do jeito que ele era, podia pensar que
eu estava lhe dando mole só por rir ao seu lado. – Eu perguntei às suas amigas
onde eu poderia te encontrar. Pelo menos elas são simpáticas.
“Vagabundas!”
pensei.
- Uns
amores. – disse de fato. – E porque você queria me encontrar?
Ele
pegou minha mão. Dei um pulinho e uma das minhas pernas escorregou pra baixo.
Olhei para ele. Cabelo no rosto, uniforme desalinhado e um sorriso idiota na
cara.
Porque
Deus não colocava cérebro em garotos bonitos?
-
Porque eu estou apaixonado por você! – ele sussurrou. Arregalei meus olhos e
ele ficou me olhando, sem dizer nada.
-
V-você o q-que? – gaguejei, e ele caiu na risada.
-
Brincadeira! – exclamou, soltando minha mão. Voltei a olhar para todos os
lugares menos para ele. Depois quando eu dizia que ele era idiota ninguém
acreditava em mim. – Você sabe porque eu estou aqui, Lua… Eu preciso mesmo da
sua ajuda. Agora ainda mais, porque eu descobri que sua mãe é uma produtora das
boas! – ele estendeu um dos chaveiros da minha bolsa da escola.
-
Madrasta. – murmurei, pegando-o da sua mão.
- Hãm?
-
Madrasta, ela é minha madrasta. – falei mais alto.
- Que
seja, madrasta, mãe, tudo a mesma coisa… – ele respondeu, me ignorando. – Você
não entende? – perguntou, tirando o Malboro Vermelho do bolso e acendendo um
cigarro. – Pra uma aluna de média global 9 e alguma coisa, até que você é bem
lerdinha… – disse, soltando a fumaça na minha cara.
Cretino.
- Sabe,
moleque, se você fosse um pouco mais humilde, talvez eu pensasse em te ajudar…
– eu expliquei, guardando minha garrafa na mochila e pegando meu Luke Strike
Silver.
- Não
sei por que você está criando tanto caso. Nem parece que sua madrasta é uma das
melhores produtoras do país e você só vai ter que estalar os dedinhos pra ela
estalar os dedinhos dela! – ele acendeu o isqueiro e colocou na frente do meu
cigarro. Traguei profundamente, acendendo toda a volta.
- É
meio difícil uma mulher grávida estalar os dedos, eles estão gordos demais pra
isso… – eu disse, soltando a fumaça de volta na sua cara. – E eu nem sei porque
estamos discutindo isso, eu já disse que não vou te ajudar.
Thur
bufou e escorregou no banco, ficando com as costas no assento. Tirei meu pé de
cima do banco e peguei minha garrafa de água das suas mãos, colocando-a na
minha mochila.
Era de
se pensar que eu levantaria e iria embora, certo?
Errado.
Por
algum motivo obscuro, eu não saí dali. Fiquei ao seu lado, olhando para o nada.
E olha que nós ficamos uns bons 5 minutos daquele jeito! Não sei explicar
porque fiquei… Acho que eu esperava que ele implorasse, porque eu sabia que se
o fizesse eu aceitaria.
Eu
faria tudo por um carro.
- Por
favor? – ele finalmente fez o que eu estava esperando. Virei-me para o lado.
Ele ainda mantinha aquele sorriso debochado no rosto, mas eu via no seu rosto
que estava desesperado.
Dois
desesperados.
Não
tinha mais escolha… Eu teria que aceitar.
- Não
sei… – cedi um pouquinho. Eu queria mesmo vê-lo implorar. Seria como chocolate
pro meu ego.
Essa
frase existe?
- Por
favor, eu preciso de você! – ele exclamou, se arrumando no banco, quando
percebeu que eu estava cedendo. – Por favor, por favor, por favor! – suplicou,
pegando minhas mãos e balançando-as de um lado para o outro. Seus dedos estavam
quentes e macios.
“Para
de pensar nos dedos quentes e macios da pessoa que você mais odeia no mundo,
Lua!” pensei comigo mesma, soltando minhas mãos das dele. Eu tinha que me
manter assustadora pra ele não ficar de gracinha. Não queria que ele passasse
dos limites porque sabia que se o fizesse, eu cairia fácil na sua conversa.
Nada disso. Nunca que ele iria conseguir alguma coisa comigo!
Nunca!
Nunca?
- Olha,
que fique bem claro que eu só vou te ajudar porque você pediu com educação. E
porque eu também preciso da sua ajuda. – finalmente aceitei.
Thur
abriu o maior sorriso do mundo e começou a beijar minhas mãos, meus braços e
minha bochecha. Comecei a rir porque tinha cócegas, mas depois fechei a cara e
o empurrei para longe. Ele caiu de um jeito engraçado do outro lado do banco,
sem tirar o sorriso idiota do rosto.
- Você
ouviu a última parte? – disse, chamando sua atenção. – Eu preciso de um favor
seu!
- Faço
tudo que você quiser! – ele exclamou, ficando em pé de frente pra mim. – Corto
seu cabelo, pago seu lanche pelo resto do ano, qualquer coisa! É só me pedir!
- É só
pedir mesmo? – perguntei, sorrindo maliciosamente.
- Sim.
- Eu quero que você seja meu namorado.
Comentem..Adoro comentarios
Seguem lá:::@MomentoLuAr
Creditos:::Pra Bruna e adaptado por Celly!!!
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Dois capitulos por que o nove é pequeno,e como eu não postei ontem...Teve dois.
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