terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O melhor pra min

11° Capitulo

Thur:


Namorado? Como assim?- Hm… – cocei minha nuca. – Tipo, pra valer? – porque ninguém era tão desesperado ao ponto de pedir aquilo em troca de outro favor. Quero dizer, eu o faria, se fosse pela banda, mas o faria de má vontade. Lua era bem bonitinha, mas não era meu tipo.Nem um pouco. Mas acho que me preocupei à toa. Porque então ela começou a rir.Tipo, rir de verdade. Gargalhar!

O quê? Eu estava cagado ou algo do tipo?- Você precisava ver sua cara, Arthur! – ela disse entre as risadas. – Impagável!

Uni as sobrancelhas. Do que diabos ela estava falando?

- Eu preciso que você finja ser meu namorado pro baile de inverno no próximo sábado. – ela explicou.

- Esse sábado? – perguntei, apreensivo, porque seria a festa de Micael e eu estaria mais ou menos – mais ou menos lê-se muito – de ressaca.

- Não, no próximo. Depois do show de sexta de vocês.

- O show com mais de 200 pessoas, certo? – perguntei, me certificando de que ela iria mesmo me ajudar.

- Sim, o show com mais de 200 pessoas… – ela revirou os olhos. Aquilo estava ficando frequente. Eu era tão repulsivo assim? Porque se fosse, não era recíproco. Sim, ela era muito estranha, mas não era feia.

Mas por que eu estou falando da aparência dela mesmo?

- É, acho que isso eu posso fazer. – concordei, mais feliz do que uma cadela no … O quão gay isso ficou?

- Mas não é só isso, Arthur. – ela disse, e foi minha vez de virar os olhos. Eu sabia! Quando a esmola é demais até santo desconfia.

- Do que mais você precisa? – perguntei, sentando-me novamente. Tinha a impressão de que aquela conversa seria longa.

- Alguma noção de estilo. – ela respondeu, passando a língua pelo lábio inferior, distraída. E não sei por que, mas esse ato em particular prendeu minha atenção, e eu me arrepiei todo. O que era bizarro, porque garotas passavam a língua na boca especificamente para mim todos os dias. Porque uma punk esquisita causaria o efeito que causou, quando o fez sem nenhuma segunda intenção?Sei lá… Talvez fosse o sono.Sim, com certeza era o sono.


 - Não sei do que você está falando… – respondi. Por que diabos todos queriam minha ajuda com roupas? Eu nem era tão bom assim, eu só… Sabia escolher as cores.Isso era muito veado ou veado demais?

- Eu acho que você sabe muito bem do que eu tô falando. – ela se levantou, colocando a mochila nas costas. – E essas são minhas condições. Faço sua banda virar sucesso se você fingir ser meu namorado e me ajudar no quesito roupas. Você tem até amanhã pra pensar.E então ela se foi, me deixando ali, sozinho.

12° Capitulo

Girls:

- Você o quê? – Sophia perguntou, abrindo a boca.

- Eu aceitei. – suspirei, derrotada. – É o único jeito de impressionar minha mãe… Thur é daquele tipo de menino que impressiona qualquer um.

- Com certeza. – Rayanna ofegou, olhando fixamente para o final do corredor. Acompanhei seu olhar e observei Micael, Pedro, Chay e Thur virarem o corredor. Chay vinha abraçado com uma loirinha do primeiro ano, Pedro e Micael conversavam e Thur andava desleixado, com as mãos nos bolsos e uma postura de fodão. Quando me percebeu parada no armário, olhando pra ele, saiu de perto dos amigos e se aproximou de mim.

E isso não fez meu coração disparar.

Não mesmo.

- Oi. – ele disse, acenando para as meninas. – E aí, nerd. – disse, dando um peteleco no meu nariz.

- Oi. – respondi, imediatamente me arrependendo de ter aceito aquela proposta.

Eu havia, por um momento, me esquecido do quanto o odiava, e de o quanto odiava aquela postura de eu-sou-foda-mesmo. Mas nem eu sabia explicar o que havia acontecido! Na noite anterior ele estava tão… Fofo.

Droga de hormônios!

- Então, eu andei pensando… – ele se curvou e sussurrou, seu hálito gelado soprando na minha bochecha. – Vou aceitar suas condições.

- Hm… – murmurei.

É, não tinha mais volta.

Droga de hormônios!

- Beleza… Eu só preciso dar umas ligações… – mordi a boca, pensando no que faria primeiro. – Vocês já têm alguma música?

- Sim, temos umas cinco. – Micael respondeu por Thur, chegando perto de nós. Sophia, ao meu lado, estremeceu. – Mas boas mesmo só duas. Depois da Chuva e Tchau Pra Você.

- Cala boca, Blackout é muito boa! – Pedro exclamou.

- É… Um bom nome. – Rayanna concordou, ficando vermelha logo em seguida.

- Viu só, ela gostou. – Pedro sorriu como uma criancinha.

Olhei de relance para ela, e sabia que estava se punindo mentalmente por ter aberto a boca perto dos garotos. Mel olhava para o chão, mais especificamente para a Nike cano médio de Chay, e Sophia parecia uma estátua.

Virei os olhos.

Minhas amigas podiam ser bem patéticas quando queriam.

- Beleza vou marcar um horário no estúdio, provavelmente vocês já gravem hoje… Vocês tem MySpace?

- Sim, senhora! – Micael disse, batendo continência. Sophia riu, e, pela primeira vez em todos aqueles anos de paixão platônica, ele olhou diretamente para ela, que ficou mais vermelha que um pimentão.

Mas eu não posso dizer que ele parou de sorrir.

- Mas ele tá um pouco… Preto. – Chay entortou a boca. – Tipo, nenhum de nós sabe mexer naquilo.

Ou nenhum deles teve tempo de mexer, entre as festas e as ressacas.

Mas é claro que eu não disse aquilo. Eu ainda queria o meu carro.

- Tudo bem, eu mesma posso dar um up nele hoje à noite. – disse, anotando mentalmente tudo que deveria fazer.

- Muito obrigado por nos ajudar, Lua. – Micael agradeceu.

Se ele soubesse o porquê de eu estar ajudando, não estaria agradecendo. Estaria rindo como um hiena. Mas ele não sabia. Pelo menos eu pedia a Deus que não soubesse.

Olhei para Thur com o canto dos olhos. Ele estava um pouco lento demais, olhando para algumas meninas do primeiro ano que passavam, então eu sabia, com certeza, que ele havia bebido antes de vir à escola. Não que eu soubesse que quando seu cabelo estava mais bagunçado do que o normal e seus olhos estavam vermelhos ele estava chapado. Nada disso! Era só uma coisa… Óbvia demais.

- Lua? – Sophia estalou os dedos na minha frente. Balancei a cabeça, piscado os olhos várias vezes. – Eles já foram… Você está bem?

Hm… Levando em consideração de que as próximas duas semanas seriam um desastre, que meus hormônios estavam impedindo a oxigenação do meu cérebro e que eu não sabia no que diabos Thur poderia me ajudar de verdade, além de ficar chapado e dizer que meus peitos ficariam bem em determinado vestido, não. Eu não estava bem.

Mas quem disse que eu me importava?

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